Erro: o que fazer com isso

É evidente que ninguém gosta de errar mas a questão central não é o erro, enquanto tal, mas sim a forma como o atleta lida com ele.

Vejamos o seguinte exemplo:

Numa determinada ocasião iniciei um processo de coaching desportivo com um atleta que, quando erra, desenvolve, invariavelmente, uma sequência de pensamentos (negativos) que culminam com um grito de raiva consigo próprio. Verifico também com alguma frequência que muitos atletas, após o erro, dizem coisas como "Não vales nada!" ou "Que estúpidez!...", entre outras...

Nestes casos, o atleta não se dá conta do facto de estar a programar nele próprio um padrão de comportamento que vai fazer com que no próximo erro, os mesmos pensamentos voltem a surgir e o mesmo diálogo interior (auto-punitivo) volte a aparecer. Como tal, é impossível que os níveis de concentração e motivação sejam suficientes para aproximar o atleta de um desempenho positivo.

Ao invés, existem outros atletas (normalmente os mais bem sucedidos) que, perante um determinado erro, desencadeiam um mecanismo mental que os leva a aceitar esse facto como fazendo parte da competição, ajustando os seus pensamentos para encontrar a forma de corrigir esse erro, fazendo com que esta orientação para a solução os motive a assumir o controle do seu desempenho físico e mental, aumentando-se, assim, a probabilidade de sucesso.

O papel do Coach Desportivo é - também aqui - fundamental para ajudar o atleta a identificar os seus pensamentos em diversos momentos da competição, levando-o a elevar o seu nível de consciência. Só assim ele consegue encontrar alternativas e "truques" mentais que o ajudam a gerir a situação em seu favor.